Desde a semana passada tenho pesquisado casacos de frio. Um dia fui com a Kata e ela me deu umas dicas de como escolher um bom casaco de inverno. No início dessa semana fui com a Gabi Romena no centro da cidade e ela me mostrou as lojas mais em conta, ou seja, de chineses. Hoje, finalmente, fui às compras predestinada a não voltar para casa sem um casaco de frio. 
Resultado: voltei com dois!
Comprei um casaco mais "chique", porém, não tão quentinho. Quando o experimentei, ouvi minha irmã falando: "é a sua cara!".
Também comprei um casacão para o invernão. Agora, não preciso mais me preocupar com o inverno.
(Esse casaco deixa o Didi Mocó no chinelo, né? - piadinha interna com meus irmãos)
Não foram muito baratos, mas com certeza foi bem mais barato do que no Brasil. Além disso, são de qualidade e espero que durem para sempre. 
Também comprei outros acessórios de inverno. Luvas longas e meias de lã:
Na volta para casa, Gabri e eu experimentamos um restaurante novo que ficava no caminho. Comi um "lepény" que, em teoria, é uma panqueca húngara, mas em cada lugar que experimentei tem um estilo diferente. Essa aqui parecida um mega-panini. Era frio e não gostei muito não...
Gabri experimentou um calzone, pois tinha opção vegetariana.
Infelizmente, este restaurante não entrou para nossa lista de restaurantes favoritos.

Na próxima terça-feira, dia 01 de novembro, é feriado de "Todos os Santos" aqui na Europa. No Brasil, o feriado é no dia 02, finados. Aproveitando que este fim de semana vai emendar com o feriado, eu e Gabriela vamos para Viena, na Áustria. Fica a apenas 3 horas daqui. O plano é pegarmos o ônibus amanhã, sábado, às 7h45 e voltamos só na terça. 
Então, terça eu volto contando minhas aventuras na terra de Mozart!!!
 
Os húngaros são cheios de manias. Uma delas descobri faz pouco tempo: lencinhos de papel.
Na primeira vez que fui em um supermercado aqui, reparei que tem uma área inteira só para lencinhos de papel, de vários tipos, tamanhos e geralmente em pacotes tamanho família.
No departamento também há várias caixas de lenço de papel espalhadas. Até eu tenho uma na minha mesa:
Até que finalmente o mistério foi resolvido. Me contaram que aqui, ficar com o nariz escorrendo e ficar "fungando" é considerado muita falta de educação. É inaceitável. Portanto, quando o nariz começa a escorrer, todo húngaro tem um lencinho de papel para limpá-lo. E o mais legal: ninguém se importa com o barulho na hora de limpar o nariz, todo mundo "buzinha" bem alto. 
Quem me conhece bem, sabe que eu "buzino" muito alto para limpar o nariz. E sempre fico com vergonha disso e acabo ficando com o nariz escorrendo o dia inteiro. Aqui eu não tenho mais esse problema. Aliás, aqui sou uma das mais discretas ;)
 
Mania de organização e limpeza não é uma das minhas características. Não que eu seja bagunceira. Costumo dizer que sou uma bagunceira organizada. Ou seja, meu quarto pode estar uma bagunça, mas eu sei onde está cada coisa. Vejam uma parte do meu armário de roupa:
A Gabi romena compreu botas e me deu as caixas! Pude organizar meu armário! Vamos ver até quando vai durar essa organização...
Esses pequenos detalhes facilitam muito a vida. Aos poucos, meu quartinho vai ficando mais aconchegante com as coisas que compro ou ganho. 
Passei 6 semanas que sem toalha de chão no banheiro. Fiz questão de comprar um tapetinho de banheiro bem bonito! Pena que não combinou muito com o lindo azulejo verde do meu banheiro.
Agora já tenho panelas, tapperwares, potes, prato (emprestado do departamento) e estou que nem aquelas velhinhas que guardam todos os potes usados. Vai saber quando a gente vai precisar de um potinho de iogurte vazio!
Queria algo para deixar o quarto ainda mais aconchegante. Pensei em alguns enfeites para a parede ou uma planta. Mas minha experiência diz que nenhuma planta sobrevive muito tempo aos meus cuidados. Por isso, pensei em cuidar de um cacto. Andei pesquisando:
Será que sou capaz?

Curi

25/10/2011

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Natal é a época em que comemos muitas comidas gostosas que só comemos nesta época do ano. Uma das comidas gostosas de fim de ano é a castanha portuguesa, ou curi, como chamamos em japonês. Aqui tem muitas castanheiras. Temos que tomar muito cuidado para não ser bombardeado por uma castanha na hora que ela cai.
O chão fica todo cheio de curi. Vi várias pessoas coletando as castanhas e levando para casa.
Mas sem a Tia Miriam para descascar os curis não tem graça...
 
Hoje não tenho nenhum aventura para contar, pois ao contrário do que todos pensem, eu também trabalho e estudo aqui!  Passei o dia na faculdade, estudei, tive aula e no fim do dia, ainda tive aula de húngaro. Então, hoje não tenho nenhum aventura para contar.

Ouçam uma música muito famosa aqui em Veszprém, chama-se Kossuth uctán, traduzindo: Na rua Kossuth, que é uma das ruas principais do centro de Veszprém. Esta música homenageia a cidade e faz várias referência a ela. Neste vídeo, tem várias fotos aqui da cidade:
 
A Revolução Húngara de 1956 foi uma revolta popular que ocorreu espontaneamente em toda a Hungria contra o governo húngaro e as políticas soviéticas impostas na época do comunismo. Esta revolução ocorreu de 23 de outubro a 10 de novembro de 1956 e culminou com a expulsão das tropas soviéticas que ocupavam a Hungria. Em comemoração a esta data histórica, dia 23 de outubro é um feriado nacional da Hungria e há várias homenagens aos heróis da revolução. Há flores, coroas de flores e velas espalhadas pelos monumentos da cidade. A população aproveita esta data que lembra a luta do povo contra a opressão do governo e aproveita para protestar contra problemas atuais.

Monumento em uma praça em Veszprém:
Domingo é dia de passear e pensei em fazer um passeio em Balatonalmádi, uma cidade a 20 minutos daqui onde há algumas trilhas que levam ao topo da montanha. Infelizmente, o dia amanheceu muito feio, nublado, chuviscando e frio.
Vista da janela do meu quarto:
Sem chances de sair de casa neste tempo. Fiquei em casa, estudei um pouco, pesquisei lugares legais para visitar e assisti tv. O Tiago descobriu um site em espanhol muito bom, com vários filmes e séries, chama-se Cuevana. É totalmente gratuito, mas só pode assistir dois filmes por dia. Em teoria hehe. O Tiago, meu herói, descobriu um jeito de burlar ;)
Assisti o filme "Marley&Eu, the puppet years", que era para ser uma continuação do Marley&Eu, mas não tem nada a ver com o livro, exceto pelo nome do cachorro e o sobrenome da família. Mas filme de cachorrinho é sempre fofis.
Fui cozinhar meu almoço na cozinha comunitária e encontrei as outras meninas estrangeiras: Mahan do Egito, Gabriela da Romênia e outra moça da Nigéria que ainda não consegui gravar o nome. Elas estava fazendo pizza e eu acabei comendo com elas. 
Gabriela, a romena que fala espanhol fluentemente, e sua pizza: 
Mahan não quis sair na foto, disse "photo is not good". Ela é muçulmana e usa véu e tudo mais. Apesar desta diferença cultural, ela é muito divertida.
Gabriela também fez um bolo de farinha de milho. Ficou muito gostoso e ela percebeu que eu gostei e me deu um pedação para depois!
Este fim de semana é um feriado prolongado, pois terça, dia 01 de novembro é feriado de finados aqui também. Yey! Tenho que decidir onde vou passear!
 
Este fim de semana o Circo Nacional Húngaro está vem Veszprém! Não que eu seja uma grande fã de circos, mas me pareceu um programa bem divertido! Fiquei sabendo meio por acaso, quando vi um cartaz na rua, na semana passada. Pelo cartaz e pelo site, me pareceu algo bem grandioso:
No site não tinha muitas informações em inglês, então só sabia que o circo estaria na cidade no fim de semana, mas não sabia o local. Perguntei para vários húngaros e ninguém sabia de nada. Acho que a maioria não dá muita bola pra essas coisas... Graças ao Google Translator, descobri que o circo estaria armado no estacionamento do TESCO, um hipermercado. Cinquenta minutinhos de caminhada e cheguei lá!
Maior clima de circo, com muita criança, pipoca e algodão doce.
Comprei o ingresso VIP, bem na frente do palco, pois a diferença de preço com o mais barato era apenas R$ 5,00. Peguei um lugar muito bom, bem na primeira fileira. Antes do espetáculo começar, as crianças podiam dar uma volta de camelo e tirar foto com um filhote de leão. Tudo mediante pagamento prévio, é claro. Eu até tirei minha fotinho com o leão, mas quando a moça me informou que custava 3500 ft (R$ 35,00), eu falei "drága" (caro) e recusei. Que exploração. Tanto dos espectadores, quanto dos animais. O leãozinho estava visivelmente irritado sendo carregado pra lá e pra cá pra tirar foto.
Reparem lá na frente a fotógrafa cabeluda e o cara segurando o leãozinho pagando cofrinho:
Fiquei com muito dó dos animais. Cavalos, camelos, elefante, cachorros, ganso... Fora os cachorros que abanavam o rabo sem parar, nenhum animal parecia muito feliz.
Apresentação com vários cachorrinhos pulando corda felizes e contentes:
Os números acrobáticos foram bem legais, mas quem roubou a cena foi um palhacinho que fazia palhaçadas entre um número e outro. Aqui ele estava fazendo aquele velho truque de 4 homens (da platéia) sentados e depois ele tira os banquinhos e eles não caem:
Vestido de super-homem:
Uma moça muito bonita fez uma apresentação com bambolês:
Algumas performances foram perigosas, suspensas no teto:
É claro que não podia faltar o tradicional globo da morte:
Esse casal de patinadores girava em volta desta mesinha, muito rápido, fazendo acrobacias:
Até que o patinador precisava que alguém do público para fazer um número e adivinha quem ele escolheu? Ele apontou na minha direção, mas achei que ele estava apontando para alguém atrás de mim, afinal, eles sempre escolhem criancinhas. Depois que me toquei que era comigo, fiz que não com a cabeça, pois não queria pagar mico... Mas não teve jeito, fui lá na frente e ele perguntou se eu falava inglês. Por que será que ele achou que eu não era húngara??? Ele me disse para não ter medo, pois seria algo muito simples. Subi na mesinha e a moça pediu para eu ficar com os pés juntos, perna reta, mãos na cintura, sorriso no rosto e não sair daquela posição de jeito nenhum! Veio cada um de um lado, me levantaram e giraram muito rápido. Não sei ao certo o que aconteceu, porque eu não vi, fiquei morrendo de medo e fechei os olhos. Só abri quando parou. Ainda bem que ele me avisou que seria algo muito simples -.- Estava sozinha e ninguém tirou foto para mim ;(

Além do convencional, houve algumas apresentações bizarras, em que olhei e pensei 'whatafuck???'
Uns meninos dançando "break":
Dá um look no modelito dos meninos: 
Fim do espetáculo, com todos os artistas e o dono do circo:
Valeu muito a pena! Mas circo não é circo quando o apresentador não fala:
- Resssssspeitááááável público!!!!
 
Algumas coisas simples, viram uma missão impossível na Hungria. 
Eu uso lente de contato e uso dois líquidos de limpeza. Para deixar a lente guardada na caixinha, desinfectando, uso aqueles líquidos especiais, tipo Renu, OptiFree, que são bem caros. Para limpar a lente antes de colocar no olho, uso soro fisiológico, que é baratinho. Acho que a maioria das pessoas que usam lente fazem esse esquema. 
Trouxe um frasco de soro fisiológico e outro de OptiFree. Na semana passada passei em uma farmácia e não vi vendendo, nem o soro, nem o OptiFree. Fiquei preocupada, pois meu soro está acabando. Perguntei na faculdade como se chama o líquido e onde comprava. Anotei no caderninho e hoje passei em várias farmácias e em nenhuma delas tinha soro fisiológico nem OptiFree.
Finalmente, passei em uma ótica e lá tinha OptiFree, mas o atendente não tinha idéia do que era "izotóniás", o soro fisiológico. Fiquei preocupada, pois se eu não encontrasse soro fisiológico, eu teria que usar só OptiFree, o que acaba ficando muito caro (e o olho arde).
Estava quase desistindo, voltando para casa e resolvi perguntar em uma farmácia no caminho. Entrei, mostrei meu papelzinho escrito "izotóniás". O atendente fez algumas perguntas e eu, meio sem entender, disse "500 ml" (em húngaro!!!) e ele entendeu!!!!!! Aí, descobri que aqui as pessoas não usam soro fisiológico para limpar a lente e que o soro é feito na hora nas farmácias, sob encomenda.
Foi bem mais barato do que o OptiFree, mas mesmo assim foi bem mais caro do que o soro no Brasil. Aqui, paguei um total de 816 ft, mais ou menos R$ 8,00. No Brasil, 500 ml de soro custa uns 3 reais. Mas vale observar, que tive que pagar pela garrafa e pela tampa, 173 ft, e pela mão de obra, 205 ft. Queria perguntar se da próxima vez eu posso levar a garrafa e, assim, pagar mais barato. Mas o moço não falava inglês, só alemão. Vou pedir pra Gabri ir comigo da próxima vez, pois ela fala alemão.

Hoje passei em uma livraria e comprei um livro muito fofo para crianças húngaras aprenderem português. É cheio de figuras e acho que vai ser bom para aumentar o vocabulário.
Também comprei algumas coisinhas ESSENCIAIS!!! Chocolate, Veet e Sprey cheiroso pro banheiro!!!
 
Desde que eu cheguei aqui, dia 14 de setembro, eu ainda não tinha recebido o dinheiro da minha bolsa. Estava sobrevivendo com o dinheiro que trouxe do Brasil. Não estava passando nenhum dificuldade, mas estava evitando gastar com coisas supérfluas. A boa notícia é que hoje meu dinheiro caiu na minha conta! Yey! Já fiz o orçamento e reservei o dinheiro para pagar o aluguel e para comprar comida. Preciso urgente comprar um casacão de inverno e uma bota de inverno confortável. Cada dia que passa está mais frio...

No início dessa semana eu fui com Kata em várias lojas de roupa. Ela me ensinou a escolher um bom casaco de frio e uma boa bota. Também pude ter uma noção dos preços. É bem mais barato do que no Brasil, mas mesmo assim, achei meio caro. Estou meio mão de vaca... 


Ah, também preciso de meias longas e grossas para o frio. Minha irmã acaba de voltar dos States e me trouxe um presente:
Linda a meia colorida! Mas só vou receber no natal...

Minha mamy disse que queria vir me visitar em abril, mas depois de gastar tudo nos States, não sei não se ela vem. Mas quero muito que ela venha...

Mamy, se vc vier me visitar, te levo para passear em vários lugares bonitos!
 
Aproveitando que Gabri&Carlos estão de carro, peguei uma carona com eles e fomos passear em algumas cidades mais distantes. Carlos apelidou o carro carinhosamente de "pistachito" ou "pistachinho". Coincidentemente, Gabri e eu estávamos vestidas como "pistachetes":
A primeira cidade de visitamos foi Kőszeg, uma cidade ao norte da Hungria, quase na divisa com a Áustria. Por ser tão pertinho da Áustria, esta cidade teve grande importância militar no passado, tanto na invasão turca, quanto na Segunda Guerra Mundial.
A cidade é pequena, com 12.000 habitantes apenas. Linda!
Este monumento homenageia os heróis da guerra:
Por não ser mais temporada de turismo e ainda não estar nevando, eles aproveitam para fazer as reformas na cidade. O centro todo estava em obras e não pudemos visitar quase nada.
Castelo sendo pintado:
Um costume muito legal aqui é que eles deixam frutas e verduras assim, na calçada, com um cofrinho e o preço escrito. Quem quiser, pega a fruta e deposita o dinheiro no cofrinho. Simples, não? Vi vendendo várias frutas assim na rua: amoras, pêras e uma outra fruta que não me lembro o nome que não existe no Brasil. Eu comprei para experimentar.
Almoçamos e seguimos viagem, rumo ao norte.
Chegamos em Sopron, outra cidade quase da divisa com a Áustria. Sopron é uma cidade maior, com 56.000 habitantes.
Chegando no centro de Sopron, logo dei de cara com meu irmãozinho mamando sua mãe loba:
O centro de Sopron é muito bonito, com prédios realmente antigos. Tive a sensação de estar dentro de um filme medieval.
Gabri&Carlos decidindo nosso próximo destino:
O dia estava lindo!
Ruínas do império romano:
Adorei as duas cidades que conheci hoje. Quero voltar em Kőszeg, pois no topo de uma montanha há uma vista dos alpes húngaros, que seguindo o guia, desta vista é possível entender porque Kőszeg foi tão importante militarmente. Sopron também é uma linda cidade e merece uma visita mais longa de um fim de semana inteiro.