Hoje tive que acordar cedíssimo, às 4h30. Por segurança, pedi para o Tiago me ligar à meia-noite (hora do Brasil), que seria 5h da manhã aqui, para ter certeza que eu acordei. E não é que o Tiago me ligou? Meu herói =) Cheguei na rodoviária e ainda estava tudo escuro...
Peguei o ônibus das 5h45 para Budapeste.
Cheguei na rodoviária de Budapeste, peguei o metrô, depois peguei o ônibus para o aeroporto. Chegando lá 2 horas antes do voo, descobri que o voo estava 1 hora atrasado. Além disso, peguei fila para tudo. Primeiro, fila para fazer o check-in. Depois, fila para entrar na área de embarque. Depois, fila para entrar no avião. E chegando em Estambul, fila na imigração. 
O voo foi bem turbulento e o serviço da Turkish Airlines não é dos mais "amigáveis". Aproveitei para ler um guia e me preparar para conhecer Estambul:
Apesar dos atrasos, cheguei bem em Estambul e Erdem e Pelin, sua esposa, já estavam me esperando! Foram muito simpáticos e amáveis, me recepcionaram muito bem! Seguimos para a cidade, eles tinham que fazer algumas tarefas pelo caminho e o resultado foi que ficamos 2 horas no trânsito! Morando na Hungria tinha me esquecido o que era isso... Após finalmente chegarmos em casa, tomei um banho e já era de sair para jantar. Fomos jantar na casa da mãe dele.
Erdem & Pelin:
A mãe do Erdem fez muito pratos típicos turcos! Sopa de lentilha, pão recheado, bolinho de carne, purê, um trigo com carne de cordeiro, alcachofra com vegetais, charuto de folha de uva com arroz, frango assado...
Emre (irmão), Erdem, eu, mamy e Pelin:
Provei um pouquinho de cada coisa e fiquei satisfeitíssima!!!
Ficamos relembrando a época que Erdem morou no Brasil e não me lembro de muita coisa. E nem ele! Procuramos algumas fotos e achamos algumas, estávamos todos com cara de criança e magrinhos!


O primeiro dia foi ótimo! Ainda bem que ainda tenho uma semana pela frente!
 
Pela manhã fui para a faculdade, trabalhei um pouco e a tarde fui com Tayo no Tesco. Tayo é uma nigeriana que mora aqui no Magister. Ela faz mestrado aqui em Veszprém, na área de economia. A universidade tem algum tipo de convênio com universidades da Nigéria, Camarões, Irã, entre outras, para que alunos internacionais façam mestrado aqui. Tayo não sabia o caminho para ir a pé até o Tesco, então fui com ela. 
Estava bem friozinho, 8°C, com um vento forte e até chuvisco. 
Ficamos um tempão no supermercado. Voltamos para casa já era mais de 17h. 
Fiz minhas malas, preparei um lanche para levar amanhã, pois terei que sair bem cedinho de casa e pegar o ônibus das 05h45 para ir para Budapeste. Lá, vou pegar o avião para Estambul, Turquia!
Doze anos atrás, recebemos em nossa casa um intercambista turco, o Erdem. Ele morou conosco por uns 4 meses e depois que ele voltou para Turquia, perdemos contato. Atualmente, com a internet e as redes sociais, nos reencontramos no facebook. Aproveitando que estou a apenas 2 horas de Estambul, me convidei para ir para lá e Erdem aceitou! Então, amanhã, se tudo der certo, estarei em Estambul!
 
Após meu dia de trabalho na faculdade, fui na casa da Petra estudar húngaro. Fazia um tempão que não nos víamos (desde que viajei para a Espanha) e eu estava morrendo de saudades dela! Chegando lá, fui recepcionada com bolo tipo hatlap, que significa, seis folhas, pois ele tem todas essas camadas de massa e recheio:
Eu & Petra no local de estudo:
Eu tive muita sorte de ter conhecido a Petra. Ela estuda para ser formar como tradutora em inglês e francês. E há 3 anos estuda português e fala muito bem. Além disso, ensina inglês e francês, e agora começou a me ensinar húngaro. É um ótima professora! Além de um amor de pessoa.
Na volta para casa, conheci no elevador um moça de um país do centro da Ásia que não me lembro o nome (Turquistão?) e não me lembro o nome dela. Ela também é ecóloga e faz um estágio como o meu na Eslovênia. Está aqui em Veszprém por apenas 2 dias para um treinamento. Está hospedada no mesmo hotel que eu, no quarto da frente. Mais a noite, ela me convidou para comer algo e fomos até o Irish Pub no centro de Veszprém.
Um figura ela, conversamos bastante e apesar de ela ser de um país que nem consigo me lembrar o nome, temos muito em comum! Inclusive os olhos puxados!
 
No nosso quarto tinha vários canais de televisão e em um deles, estava passando "O Clone" em húngaro! É o Lucas ou o Léo?
Pela manhã da terça-feira, deixamos as malas prontas e saímos para passear no pouco tempo que nos restava em Budapeste.
Saímos caminhando por Budapeste. Estava fazendo um friozinho bem gostoso.
Cerejeira carregada de flores, sinal que o primavera chegou:
Chegamos no mercado central:
Todos adoraram o mercado central, mas claro que todos também concordaram que o marcado municipal de São Paulo é muito mais bonito. Mas aqui tem as comidas típicas, como páprika e linguiça:
Hora do almoço! Papy comeu nhoque húngaro com carne tipo goulash:
Dona Iracema também:
Fe e Ju só na linguiça e choppinho:
Segundo Felipe: "A comida na Hungria é muito mais nojenta do que na Espanha, mas é muito mais gostosa"
Sim, a comida húngara é muito gostosa =)

Voltamos para o hotel, pegamos as malas e...
Tchau!!!
A visita foi ótima! Depois de ter ficado doente na semana passada, foi muito bom ficar um tempo longe de Veszprém e longe do meu quarto, passear, comer comida gostosa, em ótima companhia. Ainda bem que eu já conhecia os principais pontos turísticos e pude fazer uma programação para agradar a todos no pouco tempo que tivemos. Agora a galera está em Paris, chiquérrimos.
A pedido da Silvia, criei um álbum de fotos da visita.
 
O condomínio que ficamos é super confortável e bem bonito.
Papy, sua esposa Silvia, Juliana e Felipe (filhos da Silvia) e Dona Iracema (mãe da Silvia) chegaram em Budapeste quase meia noite do domingo para segunda. Até nos ajeitarmos nos quartos e dormir, já era 2 horas da manhã. Por isso, dei uma colher de chá e deixei todos dormirem até 9h. Acordamos, todos se arrumaram e saímos para conhecer Budapeste!
A primeira parada foi a Szabadság tér, a Praça da Liberdade. Lá fica a TV Húngara em um prédio muito bonito:
E também tem uma estátua da Ronald Regan. Regan é considerado um herói pelos húngaros pela sua ajuda durante a guerra fria e no combate ao comunismo no mundo.
Próxima parada: Basília de St. István:
Lá, pegamos uma van de turista. Optei por fazer esse tipo de passeio, pois eles ficariam apenas 1 dia e meio em Budapeste e andando, não daria tempo de conhecer tudo. Com essa van, conhecemos todos os principais pontos de Budapeste em 3 horas, com guia explicando. Como não havia guia em português, ganhamos um passeio de barco também =)
Praça dos heróis:
Subimos no Buda Castle:
Substituição da Paula pela Ju:
A guia nos levou no Museu do Marzipan. Meio sem opção, entramos para conhecer e descobrir que é possível fazer praticamento tudo em marzipan:
Com a maquete do Matias Church:
Próxima parada foi o Gellért Hill, onde há uma das vistas mais bonitas de Budapeste:
Depois, fomos para nosso passeio de barco de graça! 
O dia estava ensolarado e o vento estava frio, mas foi muito gostoso o passeio! A vista é linda.
Ao fim do passeio de barco, já era mais de 15h e estávamos morrendo de fome. Antes, uma pausa para ir ao banheiro público:
Fomos na feirinha de primavera almoçar. Muita linguiça, feijão maluco e batata.
Sobremesa:  Kürtőskalács!!!
No fim da tarde, fomos na casa de banho Széchenyifurdo, a minha preferida. Ficamos lá até 20h e foi muito relaxante.
Estávamos cansadíssimos, fomos para casa e capotamos! Ah, antes pegamos uma comida típica húngara para comer em casa: kebab!
 
Exercendo (com o maior prazer) minha tarefa de guia em Budapeste:
Eu, Fe, Dona Iracema, Silva, Papy e Ju =)
Em breve, narro nossas aventuras em Budapeste!
 
Hoje começou o horário de verão na Europa e com isso, a diferença de horário entra a Hungria e o Brasil, passou a ser 5 horas a mais na Hungria. E assim, fica mais difícil bater os horários para conversar com o Brasil =(

Logo após o almoço, peguei o ônibus e vim para Budapeste. Fui direto para o hotel, que na verdade, é como se fosse um condomínio residencial, LordApartments. Super bem localizado, perto do metrô, bem no centro de Budapeste. Peguei as chaves e fui conhecer os quartos. Ótimo, quarto para casak, cama extra na sala, sofá, mesa de jantar, cozinha toda equipada, banheiro com banheira e até máquina de lavar roupa e louça. Gostei bastante, limpinho e saiu bem barato, 180 euros por 2 noite para 6 pessoas!!! Vamos ver se é silencioso e se as camas são boas.
Agora está rolando em Budapeste o Festival de Primavera. É um evento cultural anual, com muito eventos de música, teatro, dança e artes em geral, em diversos lugares da cidade. Na praça Erzserbet, bem no centro, estava havendo um concentro de música clássica. Não sei ao certo o que era, mas deduzo que era do festival de primavera.
Depois fui até uma praça chamada Milleniáris. Estava havendo uma feira de artesanato, mas não gostei muito e nem comprei nada. A praça em si era muito bonita, muitas pessoas passeando, crianças brincando, casais namorando no gramado. Valeu o passeio.
No caminho de volta, me guiei pelo prédio do Parlamento ao fundo:
Até que dei de cara com o Parlamento:
Linda vista do Danúbio:
Voltei para casa caminhando...
Academia Húngara de Ciências:
No caminho para casa, passei no Momorato-ramen, um restaurante japonês muito gostoso e barato que conheci quando o Tiago estava aqui. Peguei bolinhos ao vapor para comer em casa:
Agora tenho que esperar a galera chegar. O avião chega 23h55 e o hotel enviará alguém para buscá-los. Espero que tudo corra bem na viagem.
 
A Hungria tem uma história bem complexa e é contada em Budapeste através de vários simbolismos. A Szabadság tér que significa Praça da Liberdade, em um estilo bem europeu, cercado por prédios imponentes, como a Embaixada Americana, a TV Húngara e o Banco Nacional Húngaro.
Ainda há alguns café e muitas pessoas caminham e passeiam com seus cachorros nos gramados da Praça da Liberdade. Eu caminhei várias vezes por essa praça, afinal, o apartamento imperial que alugamos várias vezes ficava bem ao lado. Porém, nem imaginava a história por trás dela. No meio do século XVII, aqui existia um prédio enorme que ocupava a praça inteira chamado "O novo prédio", que era o quartel general do Império Habsburgo na Hungria, quando a Hungria fazia parte do Império Austro-Húngaro. Portanto, o prédio era odiado pelo povo húngaro, prinpalmente pois era lembrando como local de opressão e luto - foi lá que o Primeiro Ministro Lájos Batthyány foi executado após a tentativa de revolução em 1849. Por isso, após a libertação do império austríaco, o local foi transformado em uma praça e chamada de Praça de Liberdade.
No centro da Praça da Liberdade há um obelisco com uma estrela de cinco pontas no alto, em homenagem aos soldados soviéticos mortos durantes a "libertação" da Hungria do domínio nazista durante a segunda guerra mundial (claro que quem construiu o monumento foram os soviéticos). Libertação entre aspas, pois em seguida a Hungria passou para as mãos dos soviéticos comunistas, e o exército soviético passou de libertador a opressor do povo húngaro. O monumento está sempre protegido por grades, pois não são todos os húngaros que o apreciam, alguns acham um absurdo existir um monumento em homenagem aos soldados de um movimento que oprimiu os húngaros por tantos anos. Portanto, é comum encontrar pichações que vão muito mais além de vandalismo.

Saindo da Praça de Liberdade em direção ao Parlamento, cruza-se com a estátua de Irme Nagy, um dos mártires da revolução húngara contra o domínio soviético em 1956.
Irme Nagy foi o primeiro ministro que lutou contra o domínio soviético e foi um dos líderes da revolução que foi massacrada pelas tropas soviéticas. Nagy foi executado a portas fechadas e sem julgamento justo. A estátua foi construída em Tomás Vargas em 1996, no ano em que Irme Nagy completaria seu centésimo aniversário. No local, é possível ver Irme Nagy parado no meio de uma ponte, simbolizando seu cruzamento de um regime ditatorial (soviético) para um regime democrático que ele tanto sonhou. Porém, Nagy nunca conseguiu cruzar essa ponte. Outra ironia, é que a ponte leva Nagy da Praça da Liberdade para o Parlamento, porém, sua liderança política nunca foi concretizada e ele ficou apenas no meio do caminho.
Alguns passos após cruzar a ponte de Irme Nagy, chegamos ao Parlamento Húngaro, uma obra de arte e um dos principais cartões postais da Hungria. Apesar de Hungria ser um país pequeno, seu parlamento é segundo mais da Europa, ficando atrás de Londres. Quando o parlamento foi construído em 1885, a Hungria possuía um território 3 vezes maior o seu tamanho atual. E a região escolhida era uma região alagada, portanto, a construção demorou vários anos e custou uma fortuna. 
 
Caminhando pela margem do Rio Danúbio em Budapeste, no lado de Peste, tem-se uma vista linda do Castelo de Budapeste. A noite, a vista é ainda mais impressionante. É impossível não ficar admirado e boquiaberto.
Porém, há alguém que nunca se vira para admirar a paisagem. Fica apenas sentada no guardrail. É a Princesa do Guardrail (existe tradução em português para guardrail?).
O famoso escultor húngaro László Marton foi o autor desta obra e não existe nenhum significado para a Princesa do Guardrail.
 

Não há jeito melhor de conhecer Budapeste do que caminhando. Caminhando pela cidade, tromba-se com homenagens à acontecimentos da história do país sem nem perceber.
Em uma simples caminhada na beira do Rio Danúbio, na margem de Peste, na altura do Parlamento, depara-se com uma pilha sapatos abandonados perto da margem. 
Os sapatos são feitos de bronze e seu donos nunca voltarão. Trata-se de um memorial, em homenagem aos judeus húngaros executados pelo governo fascista durante a segunda guerra mundial. No outono de 1944, o partido húngaro fascista executou diversos judeus, entre eles crianças e mulheres, e também oponentes ao governo. Os judeus era alinhados na beira do Danúbio, baleados e seus corpos eram jogados no rio. Antes, removiam seus sapatos, já que este item eram valioso na época. 
Não é incomum encontrar homenagens nas homenagens, como flores dentro dos sapatos:
[obs: estou doente. por isso, estou postando alguns fatos interessantes =)]